terça-feira, julho 12, 2011

O Tempo está na sala de jantar

O Tempo Janta silencioso
A natureza das coisas e o imaginário humano,
Numa paciência cósmica
Tritura a teleologia Kantiana como num sopro de segundo...

Na Razão Pura dos fatos, o Fato...
Esse é o axioma inefável
Que equaciona o silogismo do pensar e existir
Num plano místico que nos ataraxia na quimera dos magos.

E se me cubro com a noite eterna, suicídio...
Não conquisto a vitória na epifania da promessa
Só me entrego ao desagradável beijo da morte, escopo de toda Natureza.

E na tautologia do “pó ao pó” como cosmogonia
Quero a inversão e recuso os sofismas das teorias mágicas
Vou Ser o canibal do Tempo.

II

E nesse festim antropofágico
Sobre a jangada da medusa
Onde tudo e todos se confundem numa orgia
Não sei se devoro a perna do Tempo ou a minha própria...

E nesse vicio de perverter a Natureza, Política...
A frágil verdade é vilipendiada
Pelo despotismo teistas que se fixam
Em versos sublimes e prosas mágico-ideológicas.

Os filhos dessa bola de neve dialética
Estão entre a luz e as trevas
Na beira da caverna tomando overdoses de proposições.

Enquanto isso, na sala de espera,
O tempo ascende seu longo charuto
E se deleita com a ironia dos aforismos nischtianos.