domingo, junho 19, 2016

A toda prova

·         Naquele bafo quente do dia
·         Fazia uma pressão arterial à Vontade…
·         As árvores dançavam ao som do vento moderado
·         E o crepúsculo anunciava animosamente a noite!
·          
·         É dia de Esperar
·         Imanência do cotidiano ou da vida?
·         Mas sempre na peleja de romper, sublevar…
·         Esse horizonte saudoso e cruel
·         Que muralha nossos desejos.
·          
·         Logo sono renova que o Sentir é preciso estar acordado
·         Como a morte implacável defere em fina tese axiomaticamente
·         Faça agora! Depois não existe.
·          
·         Aí me lembrei que é nessa complexa contradição
·         Que o Caos organiza a vida

·         E que o Amar é uma dádiva entre os mundos.

quinta-feira, fevereiro 04, 2016

Erótica

Erótica como uma pluma leve de pavão
Deslizando absorta curvilíneas pelo ar
Pousando suavemente no solo sagrado da luxúria
Fecundo e lascivo o pólen germinante das paixões.

Suas pernas abertas revelar-nos-á sua concha febril
Como o incrível mundo imaginário da Cocanha
Onde os vasos incessantes de vinho e alimentos...
E o corpo eterno singra nos rios do prazer.

Sua voz dionisíaca ecoa imanente e diletante
Como vapor solvente de um vulcão
E faz o grito expandir o orgasmo.

E seu olhar de Medusa
Não condena numa paralisia débil e agonizante
Só a contemplação da sublime afrodisíaca fome.

sábado, janeiro 30, 2016

Alma

A alma é a memória não revelada
É o peso da escuridão que se dissolve na morte
Iluminada num grande quebra-cabeças de vozes e gestos
Num labirinto íntimo sobre o Defunto.

Ainda assim nunca será inteiro
Sempre e, de fato, um espanto enrugar-se-á a testa
Ao traduzir um momento revelado e turvo
Nos vivos lábios apolítico de um contador de anedotas.

Que fumaça ou vapor espectral anunciará
Minha alma tão material quanto meu corpo
Como a trama do tear, fio a fio de um tecido.

Nesse universo criacionista onde a verdade é o distorcido
A memória levita taumaturgo no tempo 
E a alma é a chave do enigma multiverso.

sábado, janeiro 16, 2016

O Amor não é Crime

Quão profundo é o abismo da verdade?
Ou o peso da mente na sola dos passos?
Aquele olhar que paira na escuridão, absoluto!
Procurando a ponte luminosa entre nossos olhares.

Redenção dos crimes que não prescrevem
Tomei seu coração, seus lábios vermelhos
O elegante designe do seu corpo
Retive me em seu abraço singular.

E como asas, seu beijo!
Lutou contra a gravidade
Me fez flutuar para o brilho do desejo.

E como um caminho, terra firme?
Sua pele me aqueceu de certezas tão profundas
Que não restou dúvidas do nosso amor.

Desculpe Me

Seu grito, Fúria! Como um Anjo
Casto no mundo de pétalas negras e ásperas
Como lobos enfurecidos educando
A fome de nexos numa lata de lixo.

Num cosmo tecido de escuridão
As estrelas não guiam cegos
Não desamarram almas infelizes
Não germina mais do que becos e buracos para agrafos.

Nem num dia de Sol, óbvio!
O solo fértil e iluminado
Dissolve a atmosfera gélida do ódio.

O mundo não é para Anjos
Se não todos teriam asas e absoluto platônico!
Mas o Nó quem desata é VOCÊ!!!

segunda-feira, agosto 10, 2015

Meus pés tocam a relva orvalhada
E congelam a Saudade
Numa insuportável letargia
Estanca meu pranto ao estancar meu coração

O Tempo do Paraíso e da Perfeição
Colorido e quente no axioma do amor
Como duas fontes de Luz
Que repousando na relva desejam o eterno.

Mas na face da realidade
O único brilho desse olhar
Revela o futuro e a esperança.

Quando proteger tornou-se tão cruel?
Que rasga minh'alma e deixa mudo
Inerte e ao bel-prazer da Solidão.


Luz no Fim do Tunel

Pisar as Nuvens
Sem o poder do sonhador
É pisar na calda do abismo
Fechar-se ao brilho do Sol
Secar todas os sorrisos
Adentrar no Mundo Inferior cabisbaixo.

Rende-me-ei ao convite dos teus olhos
Seus braços sempre prontos
sublevam minh'alma em teu Farol
Sublime recompensa aos perdidos
fonte inesgotável das Vontades, a Paixão!
Faz durar em mim o inexorável Amor.

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Amores e Porradas

Vou triturar você no Moinho de Cartola
Ou no caleidoscópio paranoico
Deixando a dor expandir
Até dilacerar a vontade do mundo representado.

As lembranças, gestos e odores
Devorados pelo ostracismo
E tudo que poderia acontecer no alvorecer do Sol radiante
Diluído em lágrimas platônicas.

Chronos está sedento por almas pequenas e tristes
Como a Solidão da natureza morta
Que perfuma a memória.

Que teimosamente materializa sua presença
Na imanência enfática do impossível
E na resistência revolucionária dos seus lábios vermelhos.

Primavera Noturna

I Infernal
O Capim de labareda floresce no cucuruco de Hades
O Ódio curva a alma do anátema
O Medo fecha todas as Janelas do Alvorecer
E o perfume de enxofre entorpece os gritos de agonia.
Mito teogônico anunciado pelo Oráculo
Feito uma estatua, tem seus membros atenazados
Nas Lágrimas de chumbo quente e derretido dos Inocentes
E, pela irônia da sua natureza, retomar-se-a taumaturgamente.
A Esperança desnuda é uma vadia embriagada
Consumida na Pandora pelas Pestes
Do anoitecer ao amanhecer.
Só a Luz da epifania geniosa
Sublevar-se-á as Rosas e o gira-sol
Do sarcasmo do Desdém a da Letargia.
II (Insano)
Ontologia das Flores-do-Mal
O Profano bebe na fonte do Sagrado a astúcia dos Iluminados
E a Cocanha é a rota dos séquitos dionisíacos
No Vale fértil do Eterno.
A arqueologia da loucura revelar-me-á
O Sol quente dos prazeres e,
Os Vasos de vinhos infinitos e Diletantes
Onde sorvo o doce néctar da Luxuria...
Na silhueta das conchas, arquitetura do Belo
Vou morrer e renascer aos gritos da Ninfas
Fardo de todas as noites de luar.
E na recusa da cosmologia dos Tolos
Vou tecer o Discurso dos Eloquentes
Num auditória de Surdo-Mudo.
III (Eloquência)
A Calmaria da águas
Expurga o naufrago na realidade dos Nexos
Entre a Escuridão e o Delirante beijo de Aphrodite
O Plexos finca o tronco na Razão.
O Silêncio consumiu minha Boca e meus Ouvidos
Cada passo é como Atlas
Cada signo uma sentença na Ordem do Discurso
Ainda assim, penso no veludo das Rosas e na Luz do gira-Sol.
Quem dera a Quimera pudesse a Utopia
Uma Estrada no horizonte do Absoluto
O Vento transportar-me ia sublimemente.
Amanhã é a promessa mais doce
em plena exposição na Vitrine do Presente
O elixir quiromante na dose da vontade Humana.

quarta-feira, maio 01, 2013

Vertigem

Vertigem
O céu espelha
O mais profundo e 
Escuro desejo
Flertando o desconhecido
Segredo dos seus olhos
como a imensidão do mar
Náuseas estampam 
O rubor em minha face
Sublevando-me ao abstrato
Na qual só sua voz
Dar-me-á o solo fértil
dos seus sublimes beijos
E o chão do paraíso
Pondo meus pés no firmamento.