I
Vamos celebrar
As noites que jamais terão o vapor do amanhecer
Com o elixir da seiva das Flores do Mal
Ou com as lágrimas derramadas para os que partiram sem retorno.
Aceitar o convite encantador de Hades
Para apreciar as raizes
Dos botões de rubi plantadas pelo Arquiteto
Sarcasmo criado para os desiludidos.
Enquanto a carne se miscigena
Ao enxofre e a terra
Com uma irresistibilidade inexorável.
Sem perder o ritimo
Vamos degustar o sobrenatural açúcar das memórias
Não vividas pelo Defunto Autor.
II
E é com imensa sorte
Que festejo o banquete carnívoro
Dos vermes que se regogizam
Com a putrefates dos sonhos...
... E desejos que ainda circulam
No labirinto venoso de um moribundo
Vítima do sublime acaso
Na mais remota solidão do amor.
Ter as entranhas devoradas como Prometeu
Desse castigo eterno tenho o pedão de Chronos
E dos deuses que me inventaram efêmero.
Condenado a me apaixonar inúmeras vezes
Como Sisifo a rolar uma pedra montanha acima
Dádiva da natureza humana.
Um comentário:
Esse poema é simplesmente maravilhoso, perfeito. Não resta dúvidas que você é realmente um poeta.
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