I
Vou singrar pelos verdes olhos do mar
Seguindo o aroma do porvir no desejo inefável
Que sopra a velas e enche o coração de coragem
Para missão de conquistar reino já sublime
E quando em terra firme chegar
Semear-lhe-ei árvores no quintal
De raizes profundas e tronco forte
Com semente do bem-querer!
Sorver o vinho tinto no ocaso bucólico
Das rubras paisagens lusitanas
E embriagar-me-ei em teu oasis...
E render-me-ei as ordenanças reais
Que impera na vastidão das vontades
O laço dos lábios que une o ibéro e o latino...
II
Da dita terra velha e paterna
Quero a fragância jovem e fresca
Que na concova inverte as estações
E os sentidos da razão e dos ventos marítimos
Quero colher os frutos da árvore
Caídos na neve do seu quintal
E vislumbrar o alvorecer do sol
Aquecer a Era Manuelina da sua varanda...
Me perder em teu colo quente
Na aposta do destino inexorável
Na qual a sorte reservar-me-á um ás de vantagem!
E, destarte, brindar-nos-emos aos nexos inexplicáveis
Na colisão dos sentimentos
Na rota do acaso o passaporte para o absoluto!
Um comentário:
Bom poema, camarada!
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