Escrevo
Com tinta transparente
Para só ser lido com olhos da alma
Para aqueles cuja matéria não tem mais significado
que sobrevoam os jardins mais belos
Entretanto, não percebem a cor
imanente na vivacidade das pétalas macias,
Não tragam o perfume
Licoroso e embriagante,
Não sorvem o calor
Que tateia a pele nos livrando do arrepio,
Nem podem mais sonhar
Com a esperança pálida como a luz da lua
Agonizando em seu colo
Ao som sarcástico e nefasto
Dos corvos banqueteando a última essência contida na caixa de pandora.
Agora,
Não lhes restam mais nada
Só a lembrança do beijo quente da amada
Num passado efémero e fugaz
Rascunhado pelo 'Designe Inteligente'
Em seu humor diletante.
Enfim,
Tomados pelo ostracismo
Vão silenciando o ocaso rubro no horizonte
Ao mesmo tempo em que seus olhos
Fechar-se-ão na insegurança de construir o devir icognito do amor.
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